Locomoçãoe flutuação
Namaioria dos peixes, a forma do corpo facilita a locomoção na água. A pele apresenta grande quantidade de glândulas mucosas; o muco espalhado pelasuperfície protege contra ectoparasitas e diminui o atrito.
O esqueleto não é tão forte como o dos vertebrados, mas o empuxo naágua garante um suporte considerável. A musculaturado tronco é segmentada, permitindo que o corpo e a cauda do animal realizemondulações para nadar; as nadadeiras conferem estabilidade e possibilidade demanobras.
Oteor do óleo presente no fígado dos peixes cartilaginosos éelevado, reduzindo sua densidade corporal. Os peixes ósseos desenvolveram uma vesícula gasosa também conhecida por bexiga natatória, um saco de gásdorsalmente situado na cavidade do corpo, que faz com que a densidade dessespeixes se aproxime à da água. A parede da vesícula é vascularizada, permitindo a secreção ou absorção de gases do sanguepara o seu interior.
Órgãos sensoriais
A visão dos peixes é limitada, uma vez quea luz não se propaga a grande distancia na agua. Os olhos não têm pálpebras, nem glândulas lacrimais. O olfato é um dos sentidos maisimportantes. Peixes que sobem rios para se reproduzir encontram sempre asmesmas nascentes através de reconhecimento olfativo.
Somenteo ouvido interno (labirinto),importante para a percepção de equilíbrio, encontra-se desenvolvido. As demaispartes do ouvido, envolvidas propriamente na audição, não se desenvolveram e,no entanto, são capazes de perceber vibrações de baixa frequência. Para isso,eles contam com a eficiência da linhalateral. Trata-se de uma sequência de orifícios na superfície do corpo, emcomunicação com um canal longitudinal subcutâneo. Assim, pode-se entender comoos peixes podem se locomover em escuridões e águas barrentas.
Algunsreceptores da linha lateral modificam-se, em muitos grupos de peixes, em ampolas eletrorreceptoras distribuídassobre a cabeça, que permitem detectar fontes de corrente elétrica, gerada pelaatividade muscular de suas presas. Olfatoe eletropercepção desempenham papéisimportantes no comportamento alimentar.
Metabolismo
Osambientes aquáticos apresentam grande estabilidade térmica, por isso, os peixesnão estão sujeitos às flutuações de temperatura a que se submetem osvertebrados terrestres. Com não são capazes de manter constante a temperaturado corpo, são chamados de vertebrados pecilotermosou heterotermos.
Seumetabolismo é mais baixo, requerendo então menos alimentos e níveis baixos detrocas gasosas. O calor de seu corpo provém muito mais do meio do que de suaspróprias reações metabólicas. Isso não significa que sua temperatura énecessariamente variável: a maioria mantém a temperatura razoavelmenteconstante por meios comportamentais, selecionando em seu ambiente os locaismais adequados.
Peixescartilaginosos (condríctes)
Tubarões,cações e raias apresentam endoesqueletocartilaginoso, formado principalmente pelo crânio e pela coluna vertebral.A leveza do tecido cartilaginoso é um dos fatores que contribui para aflutuação na água.
As nadadeiras peitorais e pélvicas são dispostas aos pares,acompanhando a simetria bilateral; enquanto dorsaise a caudal são impares, situadassobre a linha longitudinal mediana do corpo.
O tegumento ou pele pode apresentarminúsculas escamas de origem dermo-epidérmica – homólogas aos dentesdos vertebrados; a derme dá origem à dentina e à polpa, e a epiderme origina oesmalte. Essas escamas são chamadas placóides,porque se implantam na pele por uma placa basal no lugar da raiz dentária.
Aboca ocupa uma posição ventral e, à frente, as narinas; bem desenvolvidas,revelando a grande importância do olfato na orientação.
Geralmente,apresentam cinco pares de fendasbranquiais, visíveis externamente. No processo respiratório, a água entrapela boca ou por um orifício situado atrás de cada olho, chamado espiráculo, em comunicação com afaringe, derivado de uma fenda branquial que se modifica para esse fim.
A cavidade cloacal abre-se para o exterioratravés de um orifício situado entre as nadadeiras pélvicas.
Os peixescartilaginosos têm sexos separados(dioicos), dimorfismo sexual e fecundação interna. Os ovos são envolvidos poruma cápsula córnea protetora,secretada por células do oviduto. Algumas espécies são ovíparas, mas a maioria dos tubarões desenvolve seus filhotesinternamente no oviduto, sendo esses filhotes dependentes unicamente do vitelo.São chamados de ovovivíparos.
Peixes ósseos (osteíctes)
Apresentamendoesqueleto predominantemente ósseo. O padrão mais comum mostra nadadeiras pares (peitorais e pélvicas)e ímpares (dorsal, caudal e anal). Amaioria apresenta escamas de origemdérmica, recobertas por uma epiderme fina, transparente e escorregadia, porapresentar glândulas produtoras de muco.
Asescamas são chamadas ciclóides quandosua superfície for lisa e apresentar linhas concêntricas de crescimento. Sãochamados ctenóides quando a porçãoexposta apresenta minúsculas projeções em forma de espinhos. Há peixes ósseossem escamas.
A coloraçãovariada desses peixes deve-se á presença de cromatóforos(células estreladas e pigmentadas) situados na derme.
Aboca localiza-se numa posição terminal. No processo respiratório, a água entraexclusivamente pela boca e abandona a faringe através de quatro pares de fendas branquiais cobertas por uma placa óssea chamadaopérculo.
Apresentamcomo órgão de equilíbrio hidrostático a vesícula gasosa. Admite-se que elatenha sido originada a partir de uma estrutura pulmonar primitiva. Atravésdesses pulmões simples, os peixes podem retirar o oxigênio diretamente do ar, quandoessa gás se torna escasso na água.
Ososteíctes não têm cloaca, que é substituída pelo orifício anal e por uma papilaurogenital, atrás do ânus, onde terminam os sistemas reprodutor e urinário.
Quantoà reprodução, são geralmente dioicos, com ou sem dimorfismo sexual. Afecundação é quase sempre externa. Podem ser ovíparos ou ovovivíparos.Desenvolvimento pode ser indireto, com larvas chamadas alevinos, ou direto.